economia local

Duplicação da Faixa Velha valoriza imóveis e atrai empresas para Camobi

Gilson Alves

Fotos: Renan Mattos (Diário)

Depois de cinco anos de obras, a duplicação do trecho de quatro quilômetros da ERS-509 (Faixa Velha de Camobi) foi inaugurada em 11 de dezembro. Desde 2013, o cenário na região mudou muito. Ruas de terra laterais à antiga pista da Faixa Velha ganharam asfalto, tornando o local mais atrativo para  instalação de novas empresas e empreendimentos imobiliários. Alguns já foram lançados no entorno da rodovia que, a exemplo de outras duplicações na cidade, acabou valorizando os bairros.

A valorização do imóveis e pontos comerciais é um movimento que ocorreu já no final dos anos 1990, quando parte da Faixa Velha foi duplicada (até a igreja do Amaral). Na época, dezenas de empresas e edifícios residenciais se instalaram na região, que cresceu muito. 

- Sem dúvida, há uma valorização devido à facilidade da logística, do deslocamento, que antes era uma objeção para quem poderia residir em Camobi, ou queria ter um comércio na região. Com a duplicação, vejo que não há mais objeções, e Camobi é uma extensão dos Bairros Dores e Km 3. Nos últimos meses, tivemos um aumento da procura por imóveis ali. Eu diria que em cinco anos os imóveis valorizaram cerca de 40% na região da Faixa Velha, números um pouco superiores comparados a "pontos comuns" na cidade - avalia Giuliano Cancian, diretor do sindicato que representa as imobiliárias santa-marienses, o Secovi.

Governador inaugura oficialmente o viaduto da Faixa Velha

Rodrigo Decimo, presidente da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Santa Maria (Cacism), acredita que muitos estabelecimentos comerciais estejam procurando a instalação na Faixa Velha, em função da duplicação.

- Pelo natural aumento de fluxo de veículos que ocorre na rodovia, há o interesse de empresas para se fixar na região. Mesmo que seja uma estrada de passagem, imagino que outros estabelecimentos comerciais surjam para ocupar eventuais vazios que possam ser encontrados nos arredores, que são poucos, se compararmos a Faixa Velha com a Faixa Nova. A obra é um ganho em termos de logística e deslocamento no trânsito - diz Decimo.

Já o proprietário da Clínica Veterinária Vetcenter, Alexandre Machado Biacchi, conta que se instalou às margens da pista nova da Faixa Velha, que antes era de terra, em 2013, ano em que começou a duplicação. Ele tem boas expectativas para o futuro. 

- Acho que vamos ver os reflexos da duplicação daqui por diante. Acredito que vá melhorar o movimento comercial. A duplicação vai auxiliar nas vendas pelo melhor acesso, sem congestionamentos. Antes da obra, a partir das 17h30min, em dias de semana, o trânsito praticamente parava aqui na frente - revela Alexandre.

PRÓS E CONTRAS
O propagandista Tadeu Aquino, que mora na Faixa Velha há seis anos, destaca aspectos positivos e negativos da região. Segundo o morador, é um local onde comercialmente se encontra tudo que é preciso, e a duplicação facilitou o trânsito. No entanto, os carros circulam em alta velocidade na rodovia, o que é bastante perigoso.

- Com a duplicação, a tranqueira não existe mais. Em cinco minutos, estou no Centro. Tem de tudo um pouco: farmácia. mercado pequeno, supermercado. Enfim, a duplicação facilitou a movimentação dentro de Camobi. Porém, tem o lado ruim: como moro bem no meio do caminho onde foi realizada a obra, percebo que, pela madrugada, funciona quase como uma pista de corrida. Veículos em alta velocidade, sem nenhum critério de segurança e fiscalização. Faltam mais refúgios para fazer os retornos. Hoje, tenho que ir até a primeira lombada eletrônica e voltar mais ou menos um quilômetro até chegar em casa - diz.

NO ENTORNO DO VIADUTO 

Bem no início da Faixa Velha, está localizado o viaduto do Trevo do Castelinho, que faz parte da duplicação da Travessia Urbana de Santa Maria, realizada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Para quem imaginava que os postos de gasolina localizados ao viaduto ficariam, de certa forma, escondidos, e por isso poderiam ser prejudicados, a realidade não é essa. Quem afirma é Dyones Werner, auxiliar administrativo do Posto JP Santa Lúcia. Depois da inauguração do viaduto, em 2017, o movimentou aumentou.

- Viemos numa crescente de vendas depois da obra. Não houve nada impactante negativamente, justamente pelo contrário, o movimento e as vendas aumentaram - conta Werner.

Já no posto Progresso, do outro lado do viaduto, houve queda do movimento com a construção da estrutura e dos paredões de concreto. Ainda segundo o caixa e frentista Pedro Pereira Franco, as vendas se recuperaram um pouco, pois muitos clientes que não passam por cima do viaduto cruzam ao lado do posto. Até mesmo quem vai para Camobi lembra de abastecer no local.

DEPOIS DE DUPLICADA, AVENIDA HÉLVIO BASSO VIROU POLO COMERCIAL

A Avenida Hélvio Basso é outra obra de duplicação, entregue há cinco anos, que mudou a realidade do trânsito e do comércio O trecho de 1,4 quilômetro, que começa no Trevo da Uglione e termina no Trevo da antiga Expresso Mercúrio, foi concluído em dezembro de 2013.

Desde a data, inúmeras empresas se instalaram na via, como o Beltrame Supermercado, o Supermercado Stock Center, a loja de materiais de construção Beltrame Casa Completa, a concessionária de motos Vesul, a revenda de tratores LS Tractor Dosul Máquinas, a Renault Seminovos, a concessionária de veículos Champs Elysees (Peugeot), a loja de móveis Todeschini, a sede regional do Sicredi e a revendedora de pneus Mademax - já havia na avenida o atacado Maxxi e o mercado Rede Vivo, além de lojas como Costaneira, Tumelero e as concessionárias Uglione Chevrolet e Hyundai Caoa Sul. No trevo da Hélvio Basso com Medianeira, abriu recentemente a Droga Raia, de São Paulo.

O proprietário da loja Dallasta Materiais de Construção, instalada no local desde 1991, Hamilton Dallasta, revela que a duplicação foi bastante benéfica para o aumento do movimento e das vendas.

- Desde a época da duplicação, melhorou para a empresa pelo menos 30% quanto ao movimento e às vendas. É uma área mais valorizada, mais bonita visualmente, e diminuiu o número de acidentes. Há mais mobilidade, melhor para acessar - revela Dallasta.

MAIS EMPRESAS
Há também quem enxergue a Avenida Hélvio Basso como um polo comercial. É o caso da concessionária da Peugeot, que no início deste mês se mudou para o novo endereço.

- Um dos motivos que viemos para a Hélvio Basso é o fato de aqui ter se tornado um ponto comercial muito bom, com a avenida duplicada, fácil acesso, local amplo para estacionamento - diz Ordani Cézar Lemes, gerente comercial da Peugeot.

Em breve, a concessionária Minami Motors, da Honda, irá se mudar também para a Hélvio Basso, em um grande prédio que está sendo construído ao lado do Beltrame Supermercados.

A duplicação do início da Faixa de Rosário, concluída em 2014, também já fez várias empresas se instalarem ao longo da rodovia, e há outros pavilhões sendo construídos.

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